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COISAS QUE ESCREVI EM 2014

POESIA I

 

Peguei o seu coração

Sem permissão, atrevido entrei

Sentir um pulsar enérgico

Entoei cantigas de ninar... acalentei.

 

Com pincel e tinta doce

Realizei em ti pintura intima

Declamei versos de aconchego

Você adormeceu.

 

Eu, trovador voluntário

Você, alma carente

Juntos, poesia e rima

Combinação perfeita.

 

Fui a teu encontro, rasguei teu véu

Te dei assas e vida nova

Eu, missão cumprida

Você, completamente apaixonada.

 

MASTURBAÇÃO

 

Menina ou mulher?

Um jeito surpreendente de ser

Um sorriso arrebatador

Ora menina, ora mulher...

 

Mexe a libido de qualquer mortal

Com suas curvas sinuosas

E decote raso, proposital

Denuncia todo desejo implícito...

 

Suas mãos atrevidas passeiam pelo corpo

Provocando tensão, calor, tesura

Sua língua ousada torneia lentamente os lábios

Como que numa mensagem codificada, convidasse ao coito.

 

Nesse momento de intimidade corporal

As tetas embicadas, são de salivar

Perdeu completamente o domínio de si

Respiração ofegante, pensamentos delirantes.

 

Um querer descontrolado safado

Uma criança carente e quente

Menina em transe invocando meu nome

Finjo que não vejo sufocando meus desejos.

 

Contemplo de longe sua orgia

Corpo excitado e completamente nu

Pela força extasiante do momento

Você escandalosamente dominada.

 

Uma pausa! Olhos revirados

Uma lágrima, um gemido, um grito de satisfação

Momento de gozo e prazer individual

Ato consumado.

 

Uma menina, agora mulher.

 

POESIA II

 

Dá notícias

Pior que brigas é a ausência

Quando estais comigo

Tudo em mim festeja, comemora...

 

Quando de ti não sei, perco o chão

Vagueio por ai, procuro sem sucesso

Uma nova história, um novo amor

Desilusão... ninguém especial como você...

 

Diferente do que planejei

Estou preso a você e o meu eu já não é tão meu

Vem que eu te mostro o pôr do sol, a lua e o mar

Depois nos amamos initerruptamente.

 

Te amo de uma forma que me surpreende

Quando está longe eu fico louco

Quando está perto fico bobo

Você é pulsante em mim.

 

Ontem ouvi aquela canção e lembrei de você...

Fechei os olhos e viajei no tempo

Procurei por todas os lugares que poderia estar

Confesso, senti vontade de estar com você...

 

Quando te conheci

Minha vida era vazia

Fazia o que podia só para viver

E você veio, me acolheu, me amou...

 

Como aceitar sua ausência agora?

Volta, problemas todos têm

Nossos passos na areia o vento não apagou

E nossa história apenas começou (...)

 

POESIA III

 

Seu sorriso faceiro

Me tomou de assalto

Eu parado, paralisado

Nada por fazer...

 

Seus olhos! Ah seus olhos.

Uma beleza compreendida

Entre o azul do céu

E o verde do mar...

 

Em sua presença volto a ser criança

Na ausência, a espera de um novo encontro

Dizer coisas bobas e rir de nós mesmo

Sim, porque a vida é muito séria...

 

Se eu fosse poeta

Coisa que não sei

Seria esta poesia

Métrica, rima e compasso...

 

De certo que trovador não sou

Melhor assim, fica então

Este alento verdadeiro

Carinho, paixão e amor.

 

POESIA IV

 

Ímpeto manifesto seu em mim

Vestes rasgadas e pela agatanhada

Marcas do prazer no corpo

Êxtase total.

 

Seios volumosos e sugestivos

Mãos atrevidas/experientes

Pernas trabalhadas

Glúteos de excitar.

 

Revelação:

Fêmea de libido insaciável

Experiente Freud recearia em possuí-la

Ainda sinto o seu fogo queimando em mim.

 

Formosa com a mesma veemência que fogosa

Vinte centímetros não lhe apraz

Faminta, gulosa e impetuosa

Eros ainda não havia visto nada semelhante.

 

Numa sacanagem desmedida

Domou meu ser mais selvagem e me comeu

Degustou, lambeu, chupou

Escalou meu corpo, trepou, “Fudeu”.

 

Santa vadia, cachorra no cio

Ousadia implícita num sorriso saliente

Eu descobrir de maneira intima

E até hoje sinto prazer e gozo.

 

POESIA V

 

Como é hilariante a vida:

Quando te achei me perdi

E quando te perdi me achei

Completamente perdido em mim.

 

Quando estava só eu era dois

Meu ego espontâneo e eu

Quando você veio era apenas um

Um só corpo, uma só carne.

 

Enquanto eu bailava você puro êxtase

E quando você se alegrava

Eu estrela radiante

Pura e voluntária sinergia.

 

Nossos corpos acoplados

Arte-final multicolor

Nossos devaneios saciados

Frenesi total.

 

Éramos unha e carne

E tudo perdeu-se em meio ao nada

Na profusão das coisas inexplicáveis

Eu solidão, você nostalgia.

 

POESIA VI

 

Existem verdades por trás espelho

Rugas sinuosas acomodadas silenciosamente

Cabelos apagados ou que nem tem

Face trabalhada no cansaço do tempo.

 

Por trás da efígie

O reflexo que me nego ver

Já não sei se sou eu mesmo

Ou imagem refletida em mim.

 

Os anos passaram nem percebi

Muitas desilusões superadas

Confesso! Alguns amores vivi.

O fato é: envelheci.

 

Cai de maduro em frente ao espelho

Quando dei por mim, não me reconheci,

Um desconhecido que o tempo esculpiu

- Eu.

 

POESIA VII

 

O pressuposto no contexto exposto

Não me leva a lugar algum

Mas o segredo explícito em seu rosto

Revela-me a plenitude estampada em ti...

(Completamente).

 

Doce miragem se camufla

Por detrás do vento siroco

Enquanto eu louco

Desatino em perecer...

(Desgraçadamente).

 

Vai seguindo seu rumo, expelindo ódio

Que talvez desenvolveu por mim

Se eu fosse do amor, eu amaria mais

E talvez tudo não fosse assim...

(Complexo).

 

Acontece que desenganos demudaram-me

E toda sentimentalidade evadiu-se de mim

Cada vez mais efêmero o fogo da paixão

E a verdade mesmo é que sou eu assim....

(Mal amado).

 

Hoje não quero bem

Nem a você nem a mim.

Hoje tanto faz

Seguir em frente,

Voltar à traz...

(Fodam-se as possibilidades).

 

 

POESIA IX

 

Azul, verde, anil...

Cores para o pensamento

Cores para nossa alegria

Cores, cores, cores,

Cores preenchendo o vazio...

 

Mão de artista faz Arte

Arte para renascer

Arte para sonhar e sorrir

Vamos nos alimentar da Arte

Vamos a alma colorir...

 

Cores para quem partiu

Cores para quem ainda há de vir

Cores também para quem está aqui

Para tudo na vida, profusão de cores

E para boa convivência, amizade colorida...

 

Para o daltônico, cores precisas

Para a poesia, rimas multicoloridas

Para o fogo, chama de cores vivas

Para a imaginação, tela

E para a paisagem, arco-íris...

 

Cores para expressar sentimentos

Dizer não, dizer sim

Cores para aliviar a dor.

 

POESIA X

 

Saudades...

do tempo que passou e não vi

das coisas que deixei pra traz

das pessoas que pouco gostei

poderia ter gostado mais.

 

Saudades...

do choro retido

das desculpas que não pedi

das paixões que não vi

dos amores que se quer vivi.

 

Saudades...

de nada ter feito quando podia

dos erros ainda imaturos

das decepções que me ensinavam

e eu arrogante não percebia.

 

Saudades...

de mim mais humano

sorrindo, chorando

do que poderia ter sido

se não fosse eu apático, ignorando.

 

Saudades...

de você quando brigávamos

e depois nos acertávamos

de seu jeito doce de me querer

eu ajustado em você.

 

Ah! Saudades...

Que graça seria, se pudéssemos voltar à traz?

 

POESIA XI

 

Sabe a vida?

Dela a única certeza que temos

[é a verdade da morte...

Brancos, negros, pobres, ricos (ateus)

Todos, sem exceção, terá seu destino atrelado ao dela.

 

Inevitável - simples assim

Mas qual a graça da vida se não fosse a morte?

Adiar encontros na certeza da próxima oportunidade.

Postergar a lida por saber

[que não necessitamos do sustento dela.

 

E as pessoas.

Ah! As pessoas...

Tanta vaidade, orgulho estampado, em vão...

Egoísmo mórbido pra nada

Uns mais que os outros. Igualando-se no leito de morte.

 

Oh! Morte.

E os casais? Tantas brigas corroendo o tempo

Não percebem que a vida é um lance e nós um instante

E que o instante desperdiçado com hostilidades

Poderia ser ocupado com momentos intensos de amores.

 

Tantos planos e objetivos

Um caminho, uma meta, uma reta

E de repente, um atalho inesperado

Conduzindo a um destino não programado.

                [Vontade de Deus?

 

Religiões em pé de guerra (guerra santa, guerra fria)

Santa ignorância, “Santa putaria”.

Homens se dizendo ateus sem nada compreender de Deus.

Cada qual com seu big ben inventando o seu próprio mundo

Um dilúvio sob medida para cada um.

 

Sabe a vida?

Talvez sem o fim não fosse ela a própria existência...

De fato, avida sem a morte é como a morte sem a vida

Sem sentido.

 

POESIA XII

 

Hoje eu acordei mais leve

Sem motivos, sem objetivos

Acordei sem planos e paciente

Amanheci completamente distante de mim...

 

E o que sentia

Era apenas que algo me faltava

Não sabendo exatamente o que

Mantive a cabeça nas nuvens e os pés no chão...

 

Posso até estar errado

A minha vida é confusa

Às vezes irracional

Sou eu sim, ser equivocado...

 

O meu sorriso esqueci,

Dele pouco sei

Joguei ao vento, talvez

Ou se sequer um dia carreguei...

 

O que minha alma pede, eu não posso fazer

Assim eu me perco e perco você

À vezes está tão perto e some

O invisível me toma os olhos...

 

Ontem a noite, sonhei

Um precipício e meu corpo caia

Acordei sem saber se ainda dormia

Pois, parecia que era minha aquela solidão...

 

Pra ser sincero,

Nada cobro de você,

Se tanto falei sem pensar

E de mim nada sei...

 

Hoje acordei e parecia que era ontem

Os mesmos desenganos e aflições

Quem sabe um dia os bons ventos

Me tragam a chave que abram esta prisão...

 

Para mim, tudo lá fora é uma ilha

Já nem esquento a cabeça

Sou deserto, sou seca

Sou solidão, sou aparência...

 

Eu presto a atenção no que meu coração diz

Mas ele cala. Talvez um dia quem sabe

Você apareça por aqui

E me faça esquecer toda dor...

 

Se você me der alguns minutos

Posso repaginar a minha vida

Comigo, me sinto à vontade

Talvez me reencontre...

 

Mas se chegar ao fim da linha

Se quiser pode saltar

Não perca a hora certa

Com a pessoa errada.

 

Chame isso do que quiser

Descaso, frieza, morbidez

Seja o que for, emana de mim

Só não tente me dizer o que é melhor pra mim.

 

POESIA XIII

 

Cansei de amores bandidos,

De prazeres proibidos.

Preciso de alguém para ser exato.

Poder sair, brincar, gargalhar de alegrias, (...).

 

Se não for para ser inteiro. Não venha!

Estou cansado de aventuras vadias

De botecos sem graça

De canção sem poesia...

 

Desejo uma paixão madura,

Tesão, calor, candura.

Quero você esculpida em mim,

Desenho e moldura.

 

Preciso de um amor,

Intenso e verdadeiro.

Que dure até acabar,

Que não seja simples devaneios.

 

Que seja assim:

Eu completamente seu

E você totalmente minha.

 

(Carlos Klei - 2014)

 

POESIA XIV

 

Às vezes, sinto falta de mim

Quando a minha ‘alma subtrai o meu ser

Com pensamentos distantes, desconcertantes

Lembrando você...

 

Meu coração cansado palpita

Quando sussurra ao meu ouvido

Dizendo me querer,

Quando me abraça, me come e me beija...

 

Por mais que eu fuja e minta

Por mais que eu disfarce toda sentimentalidade

A verdade por trás disso tudo

É que não sei viver sem você...

 

Te amo,

Te amo porque antes mesmo de nascer

A minha vida foi projetada para ser sua

Os meus cuidados e todo o meu zelo

São inclinados a te pertencer...

 

E qual frase na sua essência

Exprimiria melhor o que sinto

Senão dizer:

“Te amo.”?

 

 

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