Eu
Sou um cara comum, igual a ninguém
Existem alguns mais iguais aos outros
Mas eu sei apenas rir e chora
Não importa o que dizem em minha definição
Não há nada de exato entre eu e o que exatamente sou...
A minha trajetória não tem explicação, nem precisa,
Não me leve a sério, não me leve a mal, me leve para casa
Sou bom rapaz, só não sou capaz de seguir o seu caminho...
Às vezes surgo de lugares clandestinos,
E quanto vale a vida quando perde o seu sentido?
Quando vivemos uma vida que não nos leva à nada?
Levei muito tempo pra descobrir que não é por ai
Não é por nada não. Não, não, não pode ser.
Delitos e delícias, devaneios (tolos)...
Viver assim é absurdo como outro qualquer
Como tirar a própria vida ou enganar uma mulher.
A única certeza é morte e temê-la é covardia...
Nem tão longe que não se possa ver,
Nem tão perto que possa tocar...
Caminho para o futuro sempre,
Enquanto holofotes iluminam meu ânimo perdido...
Intenso presente vivo
Deixo cada dia o seu mal
O passado me foge à memória
Mas sei que mesmo com ideias tão modernas
Sou o mesmo homem que vivia nas cavernas...
Perdi as contas das pérolas e porcos que cruzei no caminho,
Entre cobras, entre sobras de minha insensatez, lá estou eu.
No melhor esconderijo na melhor escuridão
Às vezes estou longe, difícil de encontrar
Mas um dia desses quem sabe, num desses encontros casuais a gente volte a se encontrar...
Então verás que sou crente, descrente, e, sobretudo quente.
Poucas palavras, silêncio total,
Numa voz sublime, numa palavra sublime, num discurso subliminal,
Digo sempre a verdade, doa a quem doer...
Assim sou eu: Entre sombras e escombros,
Um turbilhão de coisas incertas e precisas - Sem tirar nem por...
Tenho amigos e inimigos que adoro e outros que nem lembro,
Se eu pudesse ao menos te levar comigo, estaria auto definido...
Sou feito de ar, música e café da manhã. De amores, paixões e desilusões,
Capaz de amar uma mulher - (preciso de alguém que me dê segurança).
Sou completamente assim de incertezas e medos,
O medo me leva tudo e, sobretudo a fantasia...
Sou de angústias e descobertas - sim, ainda me redescubro -;
Sou flor, espinho, luz e luz, sempre luz,
Você sabe o que quero dizer, não está escrito nos outdoors.
Por mais que eu me apresente o silêncio é sempre melhor...
Na visão do microscópio sou o ópio dos descontentes,
Alívio imediato esteja eu onde estiver
Na verdade para me entender, nada disso é tudo
Mas tudo isso é fundamental...
A morte anda tão viva e a vida anda prá trás,
Eu pura alegria, alegria, alegria, radiante e sempre
Sou filho do sertão, Orgulho de ser Nordestino
(É preciso fé cega e pé atrás)...
Eu criança, eu adulto eu sempre menino.
Mas carrego comigo os estragos da noite
Os desejos de homem,
Sinceridade, meu lema, guerreiro sempre, afinal, sertanejo sou eu...
No fim das contas eis o que sou
A gente tenta se envolver, mas no final, todo mundo é uma ilha
Ando só, pois só eu sei andar, sem saber até quando,
Totalmente incompleto - rarefeito...
Ninguém nunca está exatamente pronto,
Viver nem sempre faz sentido, você não sabe o que eu sinto
E ainda não sabe quem eu sou, mas não se renda às evidências
Não se prenda à primeira impressão...
Esse texto tão simples como uma foto desbotada
Por aqui acaba e quem quiser que prossiga,
Pra frente, pra frente, pra frente.
(Carlos Kley - 2010)
